Café
Desencarno arábias
de uma xícara morna
de café.
E um fio negro
me assedia a boca.(Através da janela
o galho de pitanga
ostenta seu adorno
encarnado).Viajo
pelo negror do pó:
Dar-El-Salam,
Bombaim,
Áden
(sem Nizan, sem Rimbaud):
as colinas ocres,
a poeira dos dias.De onde vem o grão
dessa saudade?Desentranho arábias
dessa xícara fria.
Enquanto aguardo o dia
que não chega.Desacordo e sorvo
a sombra morna
do que sou
na borra
do café.