Covardia
lá fora, olha, volta e diz
numa rima de verso
‘te quis’.
não, idílio egoísta.
aqui, me cala
caminha com os olhos
no lugar da fala.
engano, doce ilusão.
conversa calma
troca cálida
entre-alma.
medíocre monotonia.
então entendam-se os corpos,
na única ponte com o outro
os caminhos são poucos.
língua em extinção.
oras! sem acordo,
exerço minha covardia:
recolho tudo sozinho
e vou dormir com a utopia!